domingo, 29 de janeiro de 2012

Maricá terá megaporto de R$ 5 bilhões até 2015


Por Henrique Gomes Batista (henrique.batista@oglobo.co | Agência O Globo - sex, 13 de jan de 2012
http://r.bf.m.yahoo.com/api/res/1.2/WT0qmZG1Sz8zsxt8a4DrjA--/YW49MTtiZz1mZmY7Zmk9Zml0O2g9NzA7dz03MA--/http:/l.yimg.com/a/i/br/news/logo/infoglobo_logo.jpg.cf.jpg

A Região dos Lagos deverá ganhar um dos maiores portos do país: o Terminais Ponta Negra (TPN), na Praia de Jaconé, em Maricá. A DTA Engenharia, responsável pelo projeto - chamado de Porto do Pré-Sal e avaliado em R$ 5,4 bilhões -, espera que a iniciativa se torne a âncora do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj, em Itaboraí). O porto terá capacidade para receber 850 mil barris de petróleo por dia, o equivalente a 40% da atual produção do país. A iniciativa, porém, preocupa ambientalistas, que temem impactos na região. Para evitar críticas, os empreendedores prometem revolucionar com uma nova tecnologia contra vazamento de óleo.

O projeto tem o apoio do governo do estado, que prometeu criar acessos ao novo porto a partir do Arco Rodoviário Metropolitano do Rio e conceder parte da Estrada de Ferro Leopoldina ao empreendimento. A previsão é que a obra seja concluída até 2015, a fim de coincidir com a inauguração do Comperj. O porto deve destinar apenas 30% de sua capacidade à Petrobras. O restante será voltado para as companhias estrangeiras que atuarão no pré-sal.

- Este será o porto do pré-sal. Já temos mais procura que espaço, teremos overbooking de empresas - afirmou João Acácio Gomes de Oliveira Neto, presidente da DTA, empresa que planejou mais de 30 portos no Brasil e no exterior.

Ele lembrou que o terminal contará com atividade de apoio offshore e prevê um grande estaleiro para reparos, algo inédito no país. Oliveira Neto diz que o terminal terá capacidade para receber, armazenar e classificar o óleo extraído por plataformas. O financiamento virá das empresas interessadas em participar do projeto. Ele diz que já foi comprado o terreno do porto e contratada a Vinci Partners para fazer a estrutura financeira da iniciativa:

- São empresas triple A, o mundo está sedento de iniciativas assim. O BNDES está me procurando; quer colocar sua placa neste projeto.

Oliveira Neto disse que o TPN possui uma profundidade natural de 30 metros, que reduzirá custos com dragagem. Ele disse ainda que o porto será erguido em um local onde antes funcionava um campo de golfe, e onde não há vegetação primária.

- A não ser que descubram que lá é o local de procriação da baleia branca de papo amarelo, não vemos maiores impactos ambientais - brincou.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Estado do Rio, Júlio Bueno, confirma que a iniciativa tem o apoio do governo estadual e que um estudo preliminar não detectou maiores problemas ambientais:

- O porto pode ser o início da redução de uso do Tebig (o terminal mais usado pela Petrobras no estado, em Angra dos Reis), ou seja, é a chance de retirar a atividade de petróleo de um paraíso - disse Bueno.

O secretário afirmou que o porto não vai "lotar" a costa fluminense e canibalizar outros portos existentes ou em planejamento, como os novos terminais da Petrobras para Itaguaí ou a expansão das atividades da estatal na Baía de Guanabara.

Já Oliveira Neto destaca a tecnologia inédita que o TPN terá para reduzir riscos de acidentes ambientais:

- Criamos uma tecnologia, que vamos patentear, que reduz o impacto de um eventual vazamento de óleo. Será uma cortina que liga os moles (estruturas de pedra que cercam o porto, reduzindo as ondas no terminal). No caso de derramamento, ela subirá e deixará o óleo restrito à área do porto.

Para Greenpeace, projeto deve ser repensado

A Petrobras não comentou a iniciativa. Já o prefeito de Maricá, Washington Quaquá, disse que a maior parte da população apoia a obra.

- Sempre vai ter gente contrária, mas o projeto é bom. Vai gerar empregos e continuaremos com o turismo - disse ele. - O empreendimento compensará o impacto, transformando Ponta Negra em complexo turístico.

A Secretaria estadual de Meio Ambiente confirma que foi procurada informalmente pelos responsáveis pelo empreendimento e que o subsecretário, Luiz Firmino, afirmou que não via, em princípio, "nada problemático" no projeto, embora ainda não tenha recebido os estudos.

Leandra Gonçalves, coordenadora de Clima e Energia do Greenpeace Brasil, afirma que o projeto precisa ser repensado e que a região é importante para quatro espécies diferentes de baleias: jubarte, orca, franca e bryde, da qual se conhece pouco.

- O Greenpeace não é contra portos, mas não é melhor fazer um planejamento e aproveitar melhor as estruturas já existentes? - indaga.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Bioética: inscrições abertas para curso a distância

ENSP, publicada em 06/01/2012

Com mais de mil vagas disponíveis, o curso de Bioética Aplicada às Pesquisas Envolvendo Seres Humanos, na modalidade a distância, dá início a sua primeira turma.Essa formação visa introduzir os participantes na área possibilitando o conhecimento do funcionamento do sistema de pesquisa científica e sua regulamentação (regulação, funcionamento e diferentes papéis), assim como o reconhecimento das questões éticas relevantes da prática da pesquisa científica. Confira aqui o edital

O curso, desenvolvido pela ENSP por uma demanda do Conselho Nacional de Saúde (CNS/MS) e com o apoio da Secretaria de Gestão Participativa do Ministério da Saúde, está sob a coordenação do pesquisador do Departamento de Ciências Sociais Sérgio Rego e da professora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (Iesc/UFRJ) Marisa Palácios, ambos coordenadores do Programa de Pós-Graduação em associação ampla em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva (PPGBIOS). As inscrições começam nesta sexta-feira (6/1). 

Esse aperfeiçoamento tem como foco a formação de profissionais comprometidos com o respeito aos direitos humanos e com o diálogo e é voltado para a disseminação da regulamentação nacional e internacional sobre ética em pesquisa. O curso pretende contribuir para que os participantes desenvolvam habilidades e competências a fim de analisar a eticidade desse tipo de pesquisa científica e, também, tomar decisões com base nessas análises. 

Ele tem um total de mil e duzentas vagas, sendo novecentas titulares e mais trezentas suplentes, divididas entre as cinco regiões brasileiras. Essas vagas serão distribuídas proporcionalmente ao número de CEPs de cada região. Em cada região serão selecionados prioritariamente os CEPs que tenham o maior volume de protocolos avaliados no ano de 2010. 

O público-alvo do curso são profissionais de nível médio ou superior e essa formação é voltada especificamente para membros dos Comitês de Ética em Pesquisa (CEPs) reconhecidos pelo Conep. Para se candidatar é preciso ser formalmente indicado pelo CEP ao qual é vinculado e ter, pelo menos, mais um ano de mandato no conselho após a conclusão do curso. 
Os profissionais aprovados serão formados para atuar nos quase 600 CEPs espalhados pelo Brasil. O curso terá a duração de cinco meses e está estruturado para ser desenvolvido na modalidade a distância. Suas atividades estão distribuídas em quatro módulos, com carga horária total de 180 horas. 

As inscrições começam nesta sexta-feira (6/1) e vão até o dia 7 de março de 2011. O edital será disponibilizado em www.ead.fiocruz.br/editais. Para mais informações, entre em contato com a comissão organizadora pelo endereço eletrônico: pseletivo@ead.fiocruz.br

Acesse o edital na íntegra do curso de Bioética Aplicada às Pesquisas Envolvendo Seres Humanos.

http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/materia/?origem=1&matid=28906

Agenda 21 Local é tema de estudo do Ministério do Meio Ambiente

Objetivo é incentivar adoção da metodologia nos municípios

Desde 2003, o Ministério do Meio Ambiente, com o apoio da Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e Agenda 21 Brasileira (CPDS), definiu como prioridade o incentivo e apoio à adoção deAgendas 21 Locais. O objetivo é elevar o padrão de sustentabilidade em territórios como municípios, consórcios de municípios, entorno de Unidades de Conservação e bacias hidrográficas. Para monitorar o programa e atualizar seus resultados práticos foi feita uma pesquisa que está disponível na publicação “Agenda 21 Local: resultados selecionados”.

O resultado do estudo mostra o fortalecimento do Sistema Municipal de Meio Ambiente, de organizações sociais, ações produtivas sustentáveis, entre outras. Além disso, experiências e práticas bem sucedidas de alguns processos favoreceram uma articulação com outras políticas públicas e um alinhamento de instrumentos de gestão urbana.


A pesquisa “Agenda 21 Local: resultados selecionados” está disponível na área de publicações do site Agenda 21 Comperj. Faça o download.

http://www.agenda21comperj.com.br/noticias/agenda-21-local-e-tema-de-estudo-do-ministerio-do-meio-ambiente

ONU convida sociedade a se declarar defensora dos direitos humanos

ENSP, publicada em 10/01/2012

A sociedade brasileira está sendo convidada pelas Nações Unidas para defender os direitos humanos, seja qual for a profissão ou organização em que trabalhe. Com celulares, câmeras ou webcams, pessoas podem gravar vídeos para promover, proteger e defender os direitos humanos e, depois, divulgá-los no Youtube, Facebook ou Twitter.

Essas ações fazem parte da nova campanha Declare-se Defensor/a dos Direitos Humanos, do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).

Para expressar suas mensagens, os interessados devem começar indicando seu nome, seu país ou organismo e depois se declarar Defensor dos Direitos Humanos. Exemplo: "Sou (nome), de (país) e/ou (organização), e eu me declaro Defensor(a) dos Direitos Humanos."

Os vídeos podem ser postados nas páginas das redes sociais do ACNUDH (Facebook e Twitter) e/ou nos perfis pessoais. No Twitter, use a hashtag #EuMeDeclaro ou qualquer outra palavra relacionada para divulgar o seu vídeo (#direitoshumanos, #defensor, #defensora, #DH, #ddhh). O objetivo é atingir o máximo de usuários possíveis para divulgar e compartilhar a mensagem.



Fonte: ONUBr - Nações Unidas no Brasil

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O Ciclo das Águas

Saneamento são três fazes, e começou assim:
Em primeiro: as pessoas estava morrendo por doenças veiculadas na água de beber dos poços contaminada pelas fossas.
Optamos pela rede de água que salvou muitas vidas, porém, a rede de água fornecia muito mais água que os poços, então, as fossas passaram a transbordar e transmitir doenças, além de escorrer por gravidade até o córrego mais próximo poluindo-o.
Em segundo: para salvar vidas novamente, fomos obrigados (no mundo todo é assim) a instalar redes de afastamento de esgoto que leva pelo subsolo o esgoto de dentro da casa da pessoa até aonde já ia, ou seja, no córrego mais próximo.
Em Terceiro: última fase é a de transportar o esgoto das redes de afastamento, via redes denominadas Coletores Tronco e Interceptores, até às ETEs (Estações de Tratamento de Esgoto). 70% do esgoto coletado em S.Paulo já é tratado. Falta 30% que em termos da cidade é muito, mas também tem cidades acima de S.Paulo que não tratam nada e lançam in natura no rio Tietê.
É um longo caminho com um data para terminar: 2024.

Reginaldo Prado
Programa Participação Comunitária MNUM-Pirituba-
Tecnólogo Hidráulica - FATEC-SP

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Rio+20 deverá admitir fracasso histórico

Fonte: Por Jamil Chade / Genebra



Enquanto governos e autoridades tentam convencer o mundo de que a reunião no Brasil em 2012 sobre o clima (Rio+20) terá um papel fundamental para encontrar uma solução para os problemas do planeta, o economista Jeffrey Sachs abandona a diplomacia e faz uma dura constatação: o encontro no Rio de Janeiro deve servir para admitir duas décadas de fracassos no campo ambiental e deve ser a oportunidade para o mundo reconhecer que não tem uma resposta para a crise.

O alerta do professor da Universidade Columbia, considerado pela revista Time Magazine uma das pessoas mais influentes do mundo, foi feito durante um debate da ONU com um grupo restrito de negociadores, ONGs e diplomatas.

O que esperar de Rio+20. 'A conferência deve deixar claro que perdemos 20 anos na agenda climática mundial. Hoje, as emissões de gases de efeito estufa são maiores, há uma aceleração da perda da biodiversidade e da desertificação. A reunião, portanto, não será para marcar um sucesso, mas reconhecer um fracasso histórico', disse o acadêmico.

'Todos queremos que essas cúpulas terminem em um grande sucesso, com progressos e com governos dizendo que fizemos a agenda avançar. Todos querem tirar a foto de família entre os líderes. Mas não querem enfrentar a realidade', disse. 'Gostamos mais das ilusões. Mas chegou o momento de falar a verdade. Temos de entender que o processo negociador fracassou, que não há uma agenda.'

Sachs faz uma comparação com a Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio. 'Há onze anos líderes ficam dizendo que a Rodada Doha precisa ser concluída. Mas temos de chamar as coisas da forma que são. Doha morreu.'

Papel de Obama. Sachs não disfarça sua frustração total com a política ambiental de Barack Obama. 'Os Estados Unidos entraram em colapso como líder mundial e se transformaram em um obstáculo para qualquer acordo na área ambiental.'

O motivo, para ele, é o lobby da indústria de energia nos Estados Unidos. 'Essa é a maior crise de governança do mundo. O lobby da indústria venceu Obama. As empresas de petróleo financiam os políticos republicanos no Congresso. Os democratas são financiados pelo lobby do carvão. Em 20 anos, os Estados Unidos não fizeram nada na agenda climática e os interesses das empresas acabaram dominando.'

'O lobby que custa por ano US$ 50 bilhões financiou estudos fraudulentos, versões anticientíficas e de extrema-direita no Congresso americano. Hoje, temos um sistema corrupto e o Congresso está nas mãos dos maiores poluidores do mundo.'

Por isso, na avaliação de Sachs, Washington vai barrar qualquer acordo que preveja mecanismos para o financiamento do combate ao clima. 'Não há condições de pedir que os Estados Unidos liderem o processo de negociação.'

Europa em crise. O problema, segundo ele, é que a ausência dos Estados Unidos como líder não deu lugar a um outro grupo de países. A Europa, em crise, tenta resgatar sua economia primeiro. 'Já a China não vai assumir esse papel, já que estima que são os americanos, com um PIB per capta bem superior a de um chinês, quem deve fazer os maiores esforços. Não há ninguém preenchendo o vácuo. Não existem mais líderes globais.'

Economia verde. Sachs estima que o mundo precisa insistir em ampliar o debate técnico sobre a questão climática, e deixar nesse momento as barganhas políticas de lado. 'Precisamos de novas tecnologias e para muitos casos ainda não temos respostas.'

Sachs aponta que a expansão do etanol de milho 'não faz qualquer sentido' e que outras tecnologias renováveis ainda não são economicamente viáveis. Ele defende que debate nuclear precisa se tornar mais estruturado.

Outro problema é a questão do financiamento da transição para uma economia verde. 'Em 2009, os países ricos prometeram que destinariam US$ 100 bilhões para lutar contra as mudanças climáticas. Até hoje, nenhum um só centavo foi depositado e duvido que veremos esse dinheiro no curto prazo. Isso foi só um show para chamar a atenção do mundo e mostrar que algo estava sendo feito', apontou.

'Temos de entender e falar a verdade sobre o tamanho do desafio que o planeta enfrenta. O maior perigo é acharmos que existem respostas fáceis. Não, elas não existem', defendeu. 'Hoje, as emissões de CO2 são duas vezes maiores que o ideal. Até 2050, se nada for feito, vão se multiplicar por quatro. Isso exigirá reconfigurar todo o sistema energético do planeta.'

-- "Todo mundo pensando em deixar um planeta melhor para nossos filhos, quando é que vão pensar em deixar filhos melhores para o nosso planeta". Herbert Viana