sexta-feira, 29 de junho de 2012

Documentos finais - Rio + 20


Por Sandro Nicodemo

Inicio este texto após retornar do maior evento do qual já tive a oportunidade de participar durante meu trajeto no movimento ambientalista: a RIO+20. O evento acontece após vinte anos a Eco 92, também realizada no Rio de Janeiro, ou ainda, depois de quarenta anos de Estocolmo 72.


Cheguei ao mesmo com a simples expectativa de poder divulgar um pouco do trabalho que realizo e, principalmente, trocar experiências com outros coletivos e/ou pessoas que tivessem algo para oferecer em conhecimento e energias positivas. Também foquei a participação na atividade da Rede Paulista de Agenda 21 Locais, da qual participo. Na bagagem, levei algumas instituições/programas/processos que pude representar no mesmo, sendo eles: Casa de Saúde Santa Marcelina, Programa Ambientes Verdes e Saudáveis (PAVS), Instituto iBiosfera – Conservação & Desenvolvimento Sustentável, Agenda 21 do Grande ABCDMRR e Conselho Regional de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz de São Mateus (CONREMAD).


Optei pelo título acima, considerando que cada um dos participantes deve ter feito uma leitura pessoal do mesmo, considerando pontos positivos e negativos, pessoais e coletivos, bons e ruins etc. Assim, tentarei contar um pouco sobre a minha rotina nos dias em que estive no evento, uma espécie de “diário”, aproveitando para realizar uma leitura crítica, quando possível, sobre essa participação e citar os amigos e companheiros que encontrei por lá (os nomes estarão grifados). Muitas informações ainda estão sendo digeridas e talvez ainda não estejam maduras o suficiente para compor este texto.


Primeiro dia - 19/06/2012: todos de malas prontas e super dispostos a participar do maior número de atividades possíveis durante a estadia no Rio de Janeiro. No caminho e durante toda a estadia pelo RJ, lembrei muito do Xiquinho (*05/05/1952 +10/08/2009), meu grande mestre, que me ensinou muito na Holos21! Fomos em cinco pessoas no carro, sendo: eu (Sandro), Angélica, Gisele, André e Paulo (todos colaboradores da APS Santa Marcelina, onde exerço minha atividade remunerada). Saímos cedinho de São Paulo e, após uma viagem bem tranquila (vale destacar o episódio engraçado onde um dos integrantes do grupo trancou a chave do carro no porta-malas, necessitando de um chaveiro para resgatá-la, risos), chegamos ao Rio de Janeiro, com as ruas, passarelas e pé dos morros ocupados pela: guarda civil municipal, polícia militar e exército. Neste cenário se daria a guerra entre as ideias dos governos e sociedade civil. Considerado um território da ONU durante no período do evento, acredito que o Rio de Janeiro nunca esteve tão segura (durante toda a estadia, não soube de um caso sequer de roubo ou violência). As rádios diziam: “Pena que quando a Rio+20 acabar tudo voltará ao normal”. Após a breve passada pelo centro e muitas voltas com a ajuda de um GPS navegado pelo meu amigo Paulo, chegamos ao local onde ficaríamos hospedados: um Castelinho localizado dentro do Colégio Santa Marcelina. Fomos muito bem recebidos pelas Irmãs e, durante toda a estadia, muito bem tratados naquele belo local a quem só temos a agradecer. Lá, encontramos a Samara, nossa amiga e colega de trabalho, que também nos acompanharia nos próximos dias. Nossa hospedagem ficava localizada cerca de quarenta minutos de distância do Aterro do Flamengo, onde acontecia a Cúpula dos Povos, o que nos levava a ir bem cedo para o local e passarmos o dia por lá, retornando somente no final da noite para um bom banho e poucas horas, mas suficiente, de sono. No espaço chamado “Cúpula dos Povos” é o local onde aconteciam as principais atividades como: mobilizações, concentrações e trocas entre a sociedade civil; em contraponto ao encontro dos governantes (presidentes) na Riocentro. Ainda no primeiro dia, após a apropriação da nossa hospedagem, fomos direto para o Centro, aproveitar a noite e fazer o reconhecimento do local. Andamos um pouco pela Cúpula, que ainda estava agitada, apesar do horário noturno, onde já encontrei um camarada do Coletivo Jovem de Meio Ambiente (CJ) e ONG Ecosurfi, João Malavolta, que faria uma atividade por lá envolvendo “Surf e Sustentabilidade”, além de me dizer algo que marcaria meus próximos dias no RJ: “- Essa aqui é a Rio+Anda!”, já antecipando meu cansaço nas andanças dos dias seguintes. Em seguida, partimos em busca de um jantar. Paramos numa pizzaria e descansamos. Enquanto comíamos numa Choperia no bairro da Glória, pude cumprimentar alguns companheiros e amigos andantes: Doroty e Silvia (Rede Paulista de Agenda 21 Locais), Aggnes, Fabrício eRafael (Instituto Triângulo). Comecei a me sentir em casa. Após a pizza, fomos nos encontrar com estes amigos no famoso bairro da Lapa, onde pudemos conversar mais ainda, e encontrar o Elizeu (de Diadema). Com a sensação de missão cumprida para o primeiro dia, voltamos para nosso “Pequeno Castelo” (nome de uma música da banda “O Teatro Mágico”), localizada no Alto da Boa Vista, praticamente dentro do Parque da Tijuca (haja verde e silêncio, uma delícia!). Tomamos um bom banho, dormirmos para acordar cedo no dia seguinte e tomar um café da manhã preparado pelas Irmãs às 7:30, aliás, isso aconteceu durante todos os dias, “para nooooossa alegria”, risos.






Segundo dia - 20/06/2012: Neste dia nosso grupo se dividiu em dois, onde a primeira, formada por mim, André e Samara, fomos para a Cúpula dos Povos, enquanto a outra turma:Angélica, Gisele e Paulo; marcavam presença no Riocentro, participando de algumas palestras nas quais haviam feito inscrição prévia. Encontrei as Gestoras Locais do PAVS pela parceira SPDM: Kelly, Carla, Silvia e Thais, que faziam uma ótima divulgação do Programa Ambientes Verdes e Saudáveis (PAVS) pela Cúpula dos Povos, inclusive com nossa representante Carla participando da RádioRua, oficial da Rio+20! Também encontrei a Gestora Regional do PAVS Norte, Carol. Saímos para almoçar e seguimos direto para o maior evento da Cúpula: a Marcha Global dos Povos! A Marcha começou na Candelária e caminhou por toda a Avenida Rio Branco, chegando à Cinelândia. Fiquei por um tempo ao lado do “Coletivo Palavra”, onde estava minha colega Caren, num batuque hipnotizador, motivador, contínuo, reutilizando materiais diversos (latas de tinta, bombonas plásticas etc). Essa Marcha realmente é bem difícil de se descrever em poucas palavras, as sensações e sentimentos diversos, de união, cumplicidade, reciprocidade, esperança, expectativa, bons fluidos e tantas outras que invadiam meus pensamentos sem cessar. Diversos movimentos sociais com mensagens positivas, de protestos, em busca de justiça sócio-econômico-ambiental, em total sinergia, em apoio mútuo! Tudo isso me fazia acreditar, mais ainda, que eu estava no caminho certo, no lugar certo, na hora certa, com as pessoas certas! Tudo perfeito! Minha história havia me levado até lá! O mundo poderia ter esperança de um futuro melhor, mais saudável, justo, sustentável! À noite, fomos jantar e assistir ao tão esperado jogo do Corinthians X Santos, que empataram em 1 x 1, numa chopperia no bairro Glória: TIMÃO NA FINAL DA TAÇA LIBERTADORES DA AMÉRICA!






Terceiro dia - 21/06/2012: Acordei pensando na atividade principal para o dia: a reunião da Rede Paulista de Agenda 21 Locais! Após fixar o banner do Conselho Regional de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz de São Mateus (CONREMAD São Mateus) no espaço da Cúpula dos Povos, ao lado da tenda da CUT, onde aconteceria o encontro. Iniciamos com uma enorme Ciranda da Rede Paulista de Agenda 21 Locais (Nina, Soraya, Edgard, Marcelo, Charles, Marquinho, Cintia, Roque, Flávia e muitos outros agendados). Após a atividade, conheci pessoas especiais do Pará, a professora Socorro e a estudante Daynara, especialistas em implantação de COM-Vidas e Agenda 21 na Escola. Em seguida, fui almoçar com meu amigo Edgard no bairro do Catete, onde pudemos colocar o papo em dia. Retornei sozinho para a Cúpula e aproveitei para caminhar entre as tendas de artesanato, onde ainda não havia transitado, e comprar algumas lembrancinhas para o bebê e para a Jú, minha noiva. Após o reencontro com a turma, fomos jantar com: Bárbara, Marta, Cláudia, Luiz Afonso, Guilermo, na mesma chopperia do dia anterior, no bairro Glória. Neste dia voltamos cedo pra casa, estávamos muito cansados dos primeiros dias.






Quarto dia - 22/06/2012: Queríamos visitar a exposição no museu sobre reciclagem (Humanidade 2012), montada no Forte de Copacabana, mas parte do grupo desanimou com o tamanho da fila (com 4 horas de duração), e optamos, eu, Paulo e Angélica, por conhecer outras coisas por lá. Andamos de bike do Itaú pelo valor diário de R$ 5,00, onde conhecemos a praia de ponta a ponta (entre os Fortes) e depois caminhei sozinho por outras ruas, conhecendo lojas especializadas em turistas (vendem bonecos das profissões: BOP, Polícia Civil e petroleiros, risos). Após nos encontrarmos com os demais integrantes do grupo, propusemos o retorno para casa assim que chegássemos ao Castelinho, e todos concordaram. Eu já estava com muita saudade de casa, da Jú e do futuro bebê (ainda, somente uma barriga, risos). Nos despedimos e agrademos muito as Irmãs pelo acolhimento e saímos do Castelinho do Colégio Santa Marcelina às 20h. Cheguei em casa, após algumas paradas na viagem e entrega dos meus amigos em suas casas, por volta das 5h, são e salvo!


Assim como os governantes e povos organizaram suas agendas, resolvi estipular abaixo os compromissos pessoais com os quais devo cumprir, fazendo a minha parte dentro do sistema:


FAMÍLIA...


- Dedicação à educação do Vinícius, meu filhão, que chegará em Agosto;


- Maior atenção à família (pais, avó, irmã, tios, primos);


POLÍTICA...


- Maior envolvimento político em Santo André, cidade onde moro, buscando a implantação da Agenda 21 de Santo André e o fortalecendo a candidatura a vereador do meu amigo Fabrício;


- Participação e fortalecimento da Rede Paulista de Agenda 21 Locais, contribuindo na organização do II Encontro da Rede Paulista de Agenda 21 Locais;


- Acompanhamento do Fórum Social do ABCDMRR, retomada da articulação com a Agenda 21 do Grande ABCDMRR, divulgação do Programa Cidades Sustentáveis nas cidades do ABCDMRR;


- Contribuir no Instituto iBiosfera mobilizado com a saúde administrativo/financeira em ordem;


- Estudar sobre Socialismo e partidos políticos socialistas, por imaginar que seja uma tendência mundial;


- Escolher bem os próximos candidatos, conhecendo suas propostas e acompanhando os respectivos mandatos;


PROFISSIONAL...


- Direcionar, cada vez mais, os trabalhos do PAVS em São Mateus para o envolvimento da comunidade com o programa;


- Participar com maior dedicação do CONREMAD São Mateus, organizar o plano de trabalho e buscar o envolvimento de mais pessoas para fortalecê-lo;


- Planejar um projeto de mestrado na área de Saúde Ambiental;


CORPO...


- Praticar mais esporte (futebol, corrida, bike, natação, triathlon);


- Reduzir o consumo de carne, visando o vegetarianismo.


MENTE...


- Ler mais livros sobre Saúde Ambiental e assuntos diversos;


- Aprender Esperanto (idioma universal);


ESPÍRITO...


- Criar momentos de meditação durante o dia;


- Conhecer e me aproximar mais sobre da religião Hare Krishna.





E essa foi a minha Rio+20! Desculpem-me pelos esquecimentos, mas é tudo que tenho para o presente.

sábado, 23 de junho de 2012

Chegaremos ao Rio + 30?





Rio+20 mostra que caminho passa pelo empresariado, diz ambientalista

Marcio Astrini, do Greenpeace, afirma que Rio+20 deixou evidente que falta de líderes fortes deixa transformação para a economia verde na mão de empresários

Maria Fernanda Ziegle
O documento “O futuro que queremos” aprovado nesta sexta-feira (22) na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, foi taxado de fraco e de acordo com organizações da sociedade civil, não indica soluções para os problemas do mundo, apenas posterga.
De acordo com Marcio Astrini, coordenador da Campanha Amazônia do Greenpeace, a falta de comprometimento dos líderes globais mostra que o caminho para uma economia verde vai depender das pessoas e das empresas e não dos líderes. “Faltou comprometimento. A negociação do texto consistiu em cortar dificuldades e postergar soluções. Fazendo isso, conseguiram reduzir rapidamente o documento de cerca de 200 páginas para menos de 50”, disse ao iG.
Para ele, a boa notícia da Rio+20 está nos inúmeros acordos firmados entre empresários, no Fórum de Sustentabilidade Empresarial, evento paralelo à Rio+20. “Foi lá, entre os empresários, que realmente vimos mais resultados. Enquanto que na reunião com os chefes de Estado, nada foi discutido ou questionado”, disse. Astrini comentou que o mundo tem um problema grande demais para líderes tão pequenos.
Rubens Born, do Instituto Vitae Civilis, concorda que há falta de liderança para um mundo que precisa mudar urgentemente, seja na forma de consumir, produzir ou pensar. “O texto não traz metas nem financiamento para o desenvolvimento sustentável, ele apenas chuta tudo pra frente. Se dependermos dos chefes de estados, as coisas vão continuar sendo postergadas como foram na Rio+20”, disse.
Born acredita, no entanto, que a Rio+20 reacende a mobilização na sociedade civil para o tema da sustentabilidade, que andava fazia um tempo apagada. “Mesmo assim, acho que há um descompasso muito grande, enquanto destinam 3 trilhões de dólares para salvar a crise econômica, não conseguem instituir um fundo de 30 bilhões de dólares para salvar todo o mundo”, disse.

Conheça os principais pontos do documento da Rio+20

Veja os compromissos firmados pelos chefes de Estado na Conferência da ONU de Desenvolvimento Sustentável.

Natasha Madov enviada ao Rio de Janeiro


Líderes mundiais encerram no Rio de Janeiro nesta sexta-feira (22) a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, assinando uma declaração que se pauta pelo mínimo denominador comum.
O documento, considerado fraco pela sociedade civil, não traz metas nem prazos, mas uma série de adiamentos e pedidos de estudos. O texto diz que os padrões de consumo precisam mudar, mas não afirma como isso vai acontecer -- em vez de disso, diz que os países vão estudar o assunto. Em vez de estabelecer um fundo de financiamento para ajudar os países menos desenvolvidos, afirma que será estudada uma maneira de arrecadar dinheiro de fontes diversas -- em outras palavras, vão passar o chapéu e ver quanto dinheiro conseguem.


Veja a cobertura completa da Rio+20 
O governo brasileiro, líder das negociações, afirma que o documento foi uma vitória diplomática, e que era o "acordo possível". Por diversas vezes, durante a conferência, a delegação brasileira afirmou que as conversas entre os países estavam difíceis, e haviam vários pontos de desacordo.
Veja abaixo alguns dos pontos da declaração final e o que os chefes de Estados estão se comprometendo a fazer:
  
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Esperava-se que a Rio+20 forjasse metas em áreas centrais, como segurança alimentar, água e energia. Mas havia poucas expectativas de que produzisse um conjunto definido de medidas mandatórias com prazos porque os políticos estão mais preocupados com a crise financeira mundial e a agitação no Oriente Médio.
O acordo propôs o lançamento de um processo para se chegar a um acordo sobre Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que provavelmente vão se basear e se sobrepor à atual rodada de objetivos conhecidos como Metas de Desenvolvimento do Milênio, que membros da ONU concordaram em buscar até pelo menos 2015.
"Resolvemos estabelecer um processo intergovernamental inclusivo e transparente sobre as ODSs que está aberto a todos os interessados, com vista a desenvolver os objetivos de desenvolvimento sustentável global a ser acordado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro", diz o texto.
Os objetivos também devem ser coerentes e integrados à Agenda de Desenvolvimento da ONU depois de 2015, diz o acordo.
Um grupo de trabalho com 30 integrantes decidirá um plano de trabalho e apresentará uma proposta para os ODSs à Assembleia Geral da ONU em setembro de 2013.
Subsídios a combustíveis fósseis
Também se esperava que a Rio+20 pudesse definir um compromisso para todos os países para eliminar subsídios aos combustíveis fósseis.
A eliminação gradual de subsídios para combustíveis fósseis até 2020 iria reduzir a demanda de energia global em 5 por cento e as emissões de dióxido de carbono em quase 6 por cento, segundo a Agência Internacional de Energia.
Em 2009, líderes do G20 concordaram em fazer isso em princípio, mas não foi estabelecido um prazo. Um encontro do G20 no México que terminou na terça-feira (19) também fracassou em definir a ideia.
O texto da Rio+20 reafirmou compromissos anteriores de países de "eliminar gradualmente subsídios a combustíveis fósseis ineficazes e prejudiciais que encorajam o desperdício".
Mas não chegou a reforçar o compromisso voluntário com prazos ou mais detalhes, o que frustrou alguns grupos ambientalistas e empresariais.
Oceanos
O texto se comprometeu a "tomar medidas para reduzir a incidência e os impactos da poluição nos ecossistemas marinhos, inclusive através da implementação efetiva de convenções relevantes adotadas no âmbito da Organização Marítima Internacional".
Também propôs que os países ajam até 2025 para alcançar "reduções significativas" em destroços marinhos para evitar danos ao ambiente marinho, e se comprometeu a adotar medidas para evitar a introdução de espécies marinhas estranhas invasoras e administrar seus impactos ambientais adversos.
Também reiterou uma necessidade de trabalhar mais para prevenir a acidificação do oceano.
No entanto, uma decisão muito esperada sobre uma estrutura de governo para águas internacionais, em especial em relação à proteção da biodiversidade, foi adiada por alguns anos.
Estados Unidos, Canadá, Rússia e Venezuela se opuseram a uma linguagem forte para implementá-la, disseram os observadores.
Responsabilidades comuns, porém diferenciadas
Um dos pilares do documento da Eco92 foi o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, que norteia acordos posteriores, como o Protocolo de Kyoto. Seu fundamento é que todos os países são responsáveis, mas quem polui mais (os países mais ricos), deveria combater o problema com mais força e financiar os esforços de quem polui menos (os países mais pobres) e norteia também a questão do financiamentos.
Apesar de esforços de países (como os EUA) para tirar esse conceito do texto final, alegando que o eixo econômico mundial mudou e alguns países, antes considerados em desenvolvimento, hoje poluem tanto quanto os desenvolvidos, numa indireta à China. Apesar da tentativa, o princípio foi mantido.
Financiamento
O acordo pediu um novo processo intergovernamental para produzir um relatório que avalie quanto dinheiro é necessário para o desenvolvimento sustentável, e quais instrumentos novos e existentes podem ser utilizados para levantar mais fundos.
O processo será liderado por um grupo de 30 especialistas, que concluirá seu trabalho até 2014.
Embora alguns países em desenvolvimento tenham pedido a criação de um fundo de desenvolvimento sustentável de 30 bilhões de dólares, a proposta não entrou no texto final. Em vez disso, o texto "reconhece a necessidade de mobilização significativa de recursos de várias fontes".
Sobre o auxílio financeiro aos países em desenvolvimento, o acordo insta os países ricos a fazerem "esforços concretos" para cumprirem a meta acordada anteriormente de 0,7 por cento de ajuda do Produto Interno Bruto para ajudar os países em desenvolvimento até 2015.
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma)
Outro resultado da cúpula foi reforçar o Pnuma --programa internacional que coordena as atividades ambientais da ONU -- em uma agência com poderes iguais a outros órgãos da ONU, como a Organização Mundial da Saúde.
Esta foi uma das grandes polêmicas das negociações. Muitos países, como os africanos e europeus, apoiavam a iniciativa de transformação do Pnuma numa agência com mais poder e autonomia, enquanto outros, inclusive o Brasil, não apoiavam a ideia.
O acordo propôs que uma reunião geral da ONU em setembro adote uma resolução "reforçando e aprimorando" o Pnuma. Propôs dar ao Pnuma "recursos adequados, estáveis, seguros e financeiros crescentes" do orçamento das Nações Unidas e de contribuições voluntárias para ajudá-la a cumprir sua missão.
Economia Verde
Um dos principais temas da conferência foi o conceito de uma "economia verde", ou melhorar o bem-estar humano e a equidade social enquanto se reduz os riscos ambientais, que poderia ser um caminho comum para o desenvolvimento sustentável.
O acordo reafirmou que cada país poderia seguir seu próprio caminho para alcançar uma "economia verde". O texto dizia que poderia fornecer opções para a tomada de decisões políticas, mas que não deveria ser "um conjunto rígido de regras".
Um novo índice para a riqueza
Outro tópico da cúpula foi garantir que a contabilidade de governos e empresas reflitam lucros e prejuízos ambientais. O Produto Interno Bruto (PIB) sozinho não é mais capaz de avaliar a riqueza de um país, por medir apenas a atividade econômica, mas não a qualidade de vida de seus cidadãos ou seus recursos naturais.
O texto reconheceu a necessidade de "medidas mais amplas de progresso" para complementar o PIB para melhor informar as decisões políticas. Pediu à Comissão Estatística da ONU que lance um programa de trabalho para se desenvolver sobre as iniciativas existentes.
(Com informações da Reuters)

Rio+20 é oficialmente encerrada com defesas do documento final

Dilma Rousseff reforça que discussão da erradicação da pobreza é maior legado da conferência da ONU

Valmir Moratelli iG Rio de Janeiro 

Em discurso realizado na plenária da ONU no Riocentro na noite desta sexta-feira (22), o secretário-geral da Rio+20, Sha Zukan, falou sobre o legado deixado pela conferência. “Foi construído um grande legado sobre o futuro que queremos. Os líderes do mundo fizeram no Rio uma estrutura de ações. Juntos, devemos ter muito orgulho dos resultados obtidos através de extraordinária liderança do Brasil. Que o espírito do Rio esteja com todos para sempre”.
Em seguida, foi a vez do secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. “Foi uma conferência exitosa, reforçando metas com o mundo sustentável. O documento final adotado fornece uma posição firme para nos orientar para uma sociedade sustentável”.
Por fim, a presidenta Dilma Rousseff repetiu o tom do discurso feito momentos antes a uma coletiva com alguns jornalistas. “O Brasil se orgulha de ter organizado a mais participativa conferência da história. O documento final é produto da ambição coletiva dos países que participaram dessa conferência. O documento não é um retrocesso em relação ao que foi firmado na Rio92 ou em relação a textos das demais conferências”, disse.
Dilma falou ainda a respeito do que considera o cerne principal do texto final dessa conferência. “Avançamos sobre o desenvolvimento sustentável, lançando a agenda do século 21. Trouxemos para o centro do debate a erradicação da pobreza. A Rio+20 não é o teto do nosso avanço. É o início de uma caminhada para construirmos uma sociedade sustentável”, disse a presidenta, visivelmente emocionada, encerrando a Rio+20.
Ban Ki-moon a cumprimentou e lhe deu de presente o martelo que, de forma simbólica, representa o desfecho official da Conferência da ONU.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

São Paulo terá padrões mais rígidos de classificação da qualidade do ar

Relatório, que propõe a adoção dos parâmetros definidos pela OMS em três etapas, será submetido ao Conselho Estadual do Meio Ambiente. Sociedade civil havia defendido a medida em abaixo-assinado

A classificação da qualidade do ar no Estado de São Paulo terá padrões mais rígidos do que os utilizados hoje pela Cetesb. É isto o que prevê o relatório elaborado por um grupo interdisciplinar – que incluiu representantes das secretarias estaduais da Saúde e do Meio Ambiente, da FIESP e da Faculdade de Saúde Pública da USP, entre outros – a ser submetido ao Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) nesta quinta-feira (27/1).

Concluído no final do ano passado, o estudo propõe que São Paulo adote os padrões definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a classificação da qualidade do ar em três etapas consecutivas. A primeira delas começaria este ano.

A adoção dos parâmetros da OMS havia sido reivindicada pela sociedade civil em setembro do ano passado, quando a Rede Nossa São Paulo organizou um abaixo-assinado defendendo a medida. O documento, que recebeu a adesão de aproximadamente 1.500 organizações e cidadãos, foi entregue ao presidente da Cetesb, Fernando Rei, no Dia Mundial Sem Carro (22 de setembro).

Na ocasião, o presidente da Cetesb informou a existência do grupo interdisciplinar que iria elaborar o relatório e afirmou que ainda em 2010 seria iniciada a primeira etapa para que a empresa viesse a adotar parâmetros mais rígidos de classificação da qualidade do ar. “O primeiro passo seria dado este ano e em três anos deve haver a adoção dos padrões da OMS”, declarou ele, então.

Com a mudança dos parâmetros, muitas das medições feitas pelas estações da Cetesb que atualmente classificam a qualidade do ar como “regular” (prejudicial a doentes crônicos e crianças) poderão passar para “inadequado” (nocivo a todos) e assim por diante.

A Rede Nossa São Paulo agradece a todos pelo apoio.

Paraíso tropical, adeus

 artigo de Gaudêncio Torquato

Publicado em janeiro 26, 2011

De tragédia em tragédia, o Brasil vai apagando das páginas de sua História o mito de paraíso terrestre que aqui se cultiva desde os tempos em que Pero Vaz de Caminha, embevecido com a exuberância das matas, as águas cristalinas dos rios, a beleza das praias, enfim, o jardim paradisíaco habitado por homens pacatos e mulheres nuas fruindo a liberdade do prazer e do ócio, descreveu a el-rei a condição ímpar de uma terra em que “se plantando, tudo dá”. É bem verdade que essa terra, “grande e selvagem estufa, luxuriante e desordenada que para si própria fez a natureza”, nos termos descritos por Charles Darwin, ganhou de contraponto à imagem de Éden a carranca de um inferno verde. Foi Lévi-Strauss que a pintou como o “ambiente mais hostil ao homem sobre a superfície da Terra”. Descrevia o antropólogo o reino horripilante de insetos e artrópodes, picadas de mosquitos, mutucas e miruins, piuns e carrapatos, as aranhas, lacraias e escorpiões, o espectro das moléstias e do calor, que viu e sob o qual padeceu nos grotões de Mato Grosso.
Dos idos de 1935-38 para cá, as entranhas nacionais foram sendo ocupadas de modo acelerado, ganhando as tintas da modernidade (e da devastação). E assim o território passou a conviver com as dobras que entrelaçam a majestosa estética de uma maravilha do planeta com cenas aterradoras, fruto da união entre a força da natureza e a incúria humana.
A tragédia que devastou um dos mais bonitos cartões-postais do País – e que pode passar de mil mortos – é a inequívoca demonstração de que, por aqui, o conceito de paraíso se está esboroando. As catástrofes, de tão previsíveis, começam a fazer parte do calendário entre o Natal e a folia carnavalesca. Em 2008, as águas devastaram Santa Catarina, afetando mais de 1,5 milhão de pessoas e 25 comunidades. Em 2002, na mesma Região Serrana do Rio morreram 42 pessoas. No final de 2009 houve o deslizamento de terra na Ilha Grande, em Angra dos Reis, que chegou a matar 30 pessoas. O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, refere-se, agora, “à crônica das mortes anunciadas”, querendo dizer que os eventos trágicos estavam previstos. Ora, por que Cabral, em vez de usar um surrado refrão, não tomou providências concretas – nas áreas de prevenção e controles – para atenuar os efeitos dos desastres “anunciados”? Desleixo, acomodação, cultura de empurrar com a barriga as questões de fundo? Há 5 milhões de pessoas que vivem em áreas de risco no Brasil. Há planos para administrar os acidentes que podem acontecer nesses espaços? E por que não existem?
A falta de respostas positivas decorre, primeiro, da ausência de clareza sobre a autoridade maior com responsabilidade para cuidar de tragédias. Descobre-se, nas entrelinhas da cobertura midiática, que há uma Secretaria Nacional de Defesa Civil, afeta ao Ministério da Integração Nacional. Trata-se, por suposição, do órgão superior para administrar situações trágicas. Ora, esse Ministério, apesar do rótulo Integração Nacional, foca sua atividade na Região Nordeste, onde estão sediadas as estruturas encarregadas de cuidar de calamidades decorrentes de intempéries. Mas a lógica exige que se produza o mapeamento de ameaças de catástrofes em todas as regiões. É uma ação que demanda um bom aporte de investimentos nos setores de prevenção. Os dados apontam, porém, que navegamos na contramão: entre 2000 e 2010 foram gastos R$ 542 milhões em programas preventivos e R$ 6,3 bilhões nas operações de reconstrução e apoio às comunidades vitimadas. Há falhas também na esfera da articulação. União, Estados e municípios deveriam adotar uma expressão uníssona em matéria de Defesa Civil, até porque essa frente, pelo menos teoricamente, faz parte das estruturas na maioria das municipalidades. Se não há articulação entre os entes federativos, inexistem planos integrados de ação preventiva. Dessa forma, ninguém faz avançar as ideias. O descontrole grassa por toda parte.
Há uma legislação para proteção de encostas, reflorestamento, demarcação de áreas de risco, controle de estabilidade do solo e das construções em assentamentos populares? Há, sim. Mas não é usada de modo adequado. Um jeitinho aqui, uma curva acolá, um trejeito mais adiante conseguem burlar a legislação. Ao final, a incúria abraça-se à acomodação. Portanto, o surto legislativo que poderá advir, a partir da tragédia na Região Serrana do Rio de Janeiro, será ineficaz. Não precisamos de mais leis, e sim fazer que os códigos existentes sejam rigorosamente aplicados. Lembrando o velho Montesquieu: “Quando vou a um país não examino se há boas leis, mas se são executadas as que há, pois há boas leis por toda parte”. E se a lei não é aplicada, de quem será a culpa? Do governante. Nesse caso, cabe avocar sua responsabilização. Não fez cumprir a regra? Punição. Urge que o Ministério Público, por sua vez, ponha a mão na cumbuca, identificando os atores responsáveis pelo desleixo nas instâncias municipal, estadual e federal. No dia em que um governante for flagrado e punido por não cumprir a lei que coíbe construções precárias e irregulares em solo urbano, o Brasil estará dando um passo à frente no terreno da ordem pública.
É evidente que, à margem de providências imediatas e concernentes ao plano de defesa ambiental, os entes públicos carecem privilegiar a infraestrutura de serviços públicos fundamentais, a partir de políticas de habitação, saneamento, sistematização da coleta de lixo, etc. Não há espaço físico que resista incólume à expansão urbana, sem sistemas para absorver as crescentes demandas. Para fechar o circuito do equilíbrio entre a força da natureza e a vida social, cabe prover os espaços com ferramentas tecnológicas capazes de detectar a ocorrência de fenômenos nas áreas de risco. Países que as possuem sofrem danos menores.
Com esta receita o Brasil, quem sabe, poderá resgatar sua imagem de paraíso tropical.
Gaudêncio Torquato é jornalista, Professor Titular da USP, Consultor Político e de Comunicação. TWITTER: @GAUDTORQUATO
Artigo originalmente publicado em O Estado de S.Paulo.

IBGE - Indústria Cresce, Natureza sofre,

(Algumas) Notícias em destaque, artigo de Maurício Gomide Martins

Publicado em janeiro 26, 2011
a)Informe do IBGE diz que a indústria brasileira cresceu em 2007 e destaca o Estado de Minas Gerais como o que mais cresceu (8,6%). Em nome da Natureza, apresentamos a esse Estado os nossos pêsames. Os responsáveis por essa tragédia se vangloriam porque não querem ou são incapazes de ouvir os gemidos do planeta. E as empresas do sistema econômico, além de crescerem, alardeiam que respeitam o meio ambiente. Hipócritas! Ora, a indústria por si não cresce; seu crescimento é conseqüência do que tem duas causas diretas: o aumento populacional nominal e o potencial. As causas indiretas são várias: aumento artificial do poder aquisitivo (produto do roubo de recursos da Terra); saque sobre o futuro (vendas a crédito); desperdício (aquisição de bens supérfluos, provocada pela ausência de necessidade efetiva); satisfação ao paroxismo da vaidade, resultado da propaganda maciça que cria novos desejos; e o não uso das faculdades mentais.
b)Diversas manifestações ambientais inconseqüentes em veículos de informação, tais como: orientação ecológica equivocada apregoada pelas autoridades (por comodismo político, insensibilidade ou incompetência); ações de grandes empresas (por artimanha ou estratégia mercadológica); e conselhos de diversos abnegados ambientalistas ingênuos (bem intencionados, mas infantis na visão da vida) dizendo que a solução ambiental depende das ações individuais de cada um. Nesse diapasão, recomendam sempre as mesmas ações: poupar água ao tomar banho; não lavar desnecessariamente um copo; não lavar o passeio da casa; poupar energia elétrica no chuveiro e ferro elétrico, desligando-os quando não necessário; apagar as lâmpadas ao sair de um cômodo; consumir menos os produtos supérfluos; usar menos o automóvel; usar o verso do papel para rascunhos; viajar de férias para lugares mais perto de casa; e outras enganações da mesma espécie. Não há necessidade de comentar as primeiras citações. Voltamos nossa atenção apenas aos inocentes ambientalistas verdes (no sentido de não maduros). Estes não estão enxergando o verdadeiro tamanho do gigante. Nem é gigante; é gigantão. Melhor dizendo, nem é gigantão; é um enorme supergigantão. (não é pleonasmo; é desespero de expressão ou expressão de desespero). Querem ver o que pregam? Vamos dizer que uma onda oceânica de 200 metros se dirige ao continente. Solução? Cada um retirará água do oceano com uma colher de sopa. Ou coisa semelhante.
c) Temos visto e ouvido nesses dias notícias da realidade mundial de que os alimentos básicos estão com preços elevados. Naturalmente, pela sua escassez. Em diversos paises mais pobres a população não está tendo capacidade monetária para adquiri-los. Paralelamente, ante a elevação do preço do petróleo, os governos nacionais estão investindo na produção do biocombustível. A mentalidade dominante da atual civilização troca comida (não a dele, claro) pelo combustível. Dá mais lucro, ora, ora. Como o mundo não tem um governo para geri-lo, a conseqüência paradoxal está ai: “fico sem comer, mas estou feliz andando de automóvel.”
Maurício Gomide Martins, 82 anos, ambientalista, residente em Belo Horizonte(MG), depois de aposentado como auditor do Banco do Brasil, já escreveu três livros. Um de crônicas chamado “Crônicas Ezkizitaz”, onde perfila questões diversas sob uma óptica filosófica. O outro, intitulado “Nas Pegadas da Vida”, é um ensaio que constrói uma conjectura sobre a identidade da Vida. E o último, chamado “Agora ou Nunca Mais”, sob o gênero “romance de tese”, onde aborda a questão ambiental sob uma visão extremamente real e indica o único caminho a seguir para a salvação da humanidade.

O produto realmente sustentável

Todos querem seu produto mais atraente para o consumidor, e uma balela freqüente é chamá-lo de sustentável, ecológico, verde, orgânico, natural, ou ambiental.
O paraíso da balela verde são as camisetas e calças jeans, produtos voltados para o público mais jovem e freqüentemente menos atento (os mais velhos são mais atentos mas também menos dispostos).
Você pode comprar uma camiseta colorida de verde com uma árvore estampada, mas o fato é que para produzi-la gasta-se 150 g de agrotóxico e 2700 l de água. O primeiro dado é da Universidade de Cornell e o segundo é da ONG Waterfootprint. E o algodão orgânico ? Ele custa caro e as pessoas não gostam porque a fibra não é tão macia.
Só os lunáticos acham que o mercado deseja produtos ambientais. A linha Eco da Levi’s foi cancelada e o New York Times publicou artigo em janeiro mostrando que a recessão acabou com o mercado verde de roupas. O recado não é novidade; As pessoas só querem salvar o planeta depois que a própria pele esteja salva, esquecendo que a pele de todos depende do planeta.
Uma iniciativa promissora é o Better Cotton Initiative, uma organização composta por algumas das marcas internacionais de roupas para usar técnicas melhores de plantio de algodão. Algo como “vamos estimular os plantadores de algodão a fazer o que é ensinado a qualquer estudante de agronomia”. Note que há tantos plantadores de algodão com práticas minimamente razoáveis que eles nem tentaram escolher. Eles não enchem um micrônibus. A regra neste meio são um grande número de aplicações de agrotóxico, antes mesmo que haja evidência de pragas. É mais fácil aplicar de uma vez que ficar avaliando pragas.
Não espere que a Better Cotton Initiave, o pouco algodão orgânico ou até mesmo as camisetas feitas de garrafas PET resolvam o problema. Estas, então são particularmente indulgentes ao atribuir algo de bom às 565.000 T de PET que o Brasil consumiu em 2010.
Não há produto ambientalmente correto. O único produto realmente correto é aquele que você não comprou. Qualquer outro gastou água, agrotóxicos, queimou combustível ou extinguiu espécies
Se o produto já chegou na prateleira da loja, o impacto já ocorreu, que adianta não comprá-lo ? O comércio anda a base de substituição. Se você não tirar a camiseta da prateleira, outra não entrará no lugar. Isto é que é ambientalmente correto.
Efraim Rodrigues, Ph.D. (efraim{at}efraim.com.br),  é Doutor pela Universidade de Harvard, Professor Associado de Recursos Naturais da Universidade Estadual de Londrina, consultor do programa FODEPAL da FAO-ONU, autor dos livros Biologia da Conservação e Histórias Impublicáveis sobre trabalhos acadêmicos e seus autores. Também ajuda escolas do Vale do Paraíba-SP, Brasília-DF, Curitiba e Londrina-PR a transformar lixo de cozinha em adubo orgânico e a coletar água da chuva

artigo de Efraim Rodrigues

sábado, 4 de fevereiro de 2012

O Tempo

Primeiro veja a animação e depois leia o texto.


Demais, não é? Não precisa mesmo de palavras.... 
Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu. 
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
Há tempo de adoecer, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar; 

Há tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; 
Há tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntá-las; tempo de abraçar, e tempo de abster-se de abraçar;
Há tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de jogar fora;
Há tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
Há tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz. 


"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."
 



Vamos aproveitar o nosso tempo com sabedoria...
muita paz, luz...

domingo, 29 de janeiro de 2012

Maricá terá megaporto de R$ 5 bilhões até 2015


Por Henrique Gomes Batista (henrique.batista@oglobo.co | Agência O Globo - sex, 13 de jan de 2012
http://r.bf.m.yahoo.com/api/res/1.2/WT0qmZG1Sz8zsxt8a4DrjA--/YW49MTtiZz1mZmY7Zmk9Zml0O2g9NzA7dz03MA--/http:/l.yimg.com/a/i/br/news/logo/infoglobo_logo.jpg.cf.jpg

A Região dos Lagos deverá ganhar um dos maiores portos do país: o Terminais Ponta Negra (TPN), na Praia de Jaconé, em Maricá. A DTA Engenharia, responsável pelo projeto - chamado de Porto do Pré-Sal e avaliado em R$ 5,4 bilhões -, espera que a iniciativa se torne a âncora do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj, em Itaboraí). O porto terá capacidade para receber 850 mil barris de petróleo por dia, o equivalente a 40% da atual produção do país. A iniciativa, porém, preocupa ambientalistas, que temem impactos na região. Para evitar críticas, os empreendedores prometem revolucionar com uma nova tecnologia contra vazamento de óleo.

O projeto tem o apoio do governo do estado, que prometeu criar acessos ao novo porto a partir do Arco Rodoviário Metropolitano do Rio e conceder parte da Estrada de Ferro Leopoldina ao empreendimento. A previsão é que a obra seja concluída até 2015, a fim de coincidir com a inauguração do Comperj. O porto deve destinar apenas 30% de sua capacidade à Petrobras. O restante será voltado para as companhias estrangeiras que atuarão no pré-sal.

- Este será o porto do pré-sal. Já temos mais procura que espaço, teremos overbooking de empresas - afirmou João Acácio Gomes de Oliveira Neto, presidente da DTA, empresa que planejou mais de 30 portos no Brasil e no exterior.

Ele lembrou que o terminal contará com atividade de apoio offshore e prevê um grande estaleiro para reparos, algo inédito no país. Oliveira Neto diz que o terminal terá capacidade para receber, armazenar e classificar o óleo extraído por plataformas. O financiamento virá das empresas interessadas em participar do projeto. Ele diz que já foi comprado o terreno do porto e contratada a Vinci Partners para fazer a estrutura financeira da iniciativa:

- São empresas triple A, o mundo está sedento de iniciativas assim. O BNDES está me procurando; quer colocar sua placa neste projeto.

Oliveira Neto disse que o TPN possui uma profundidade natural de 30 metros, que reduzirá custos com dragagem. Ele disse ainda que o porto será erguido em um local onde antes funcionava um campo de golfe, e onde não há vegetação primária.

- A não ser que descubram que lá é o local de procriação da baleia branca de papo amarelo, não vemos maiores impactos ambientais - brincou.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Estado do Rio, Júlio Bueno, confirma que a iniciativa tem o apoio do governo estadual e que um estudo preliminar não detectou maiores problemas ambientais:

- O porto pode ser o início da redução de uso do Tebig (o terminal mais usado pela Petrobras no estado, em Angra dos Reis), ou seja, é a chance de retirar a atividade de petróleo de um paraíso - disse Bueno.

O secretário afirmou que o porto não vai "lotar" a costa fluminense e canibalizar outros portos existentes ou em planejamento, como os novos terminais da Petrobras para Itaguaí ou a expansão das atividades da estatal na Baía de Guanabara.

Já Oliveira Neto destaca a tecnologia inédita que o TPN terá para reduzir riscos de acidentes ambientais:

- Criamos uma tecnologia, que vamos patentear, que reduz o impacto de um eventual vazamento de óleo. Será uma cortina que liga os moles (estruturas de pedra que cercam o porto, reduzindo as ondas no terminal). No caso de derramamento, ela subirá e deixará o óleo restrito à área do porto.

Para Greenpeace, projeto deve ser repensado

A Petrobras não comentou a iniciativa. Já o prefeito de Maricá, Washington Quaquá, disse que a maior parte da população apoia a obra.

- Sempre vai ter gente contrária, mas o projeto é bom. Vai gerar empregos e continuaremos com o turismo - disse ele. - O empreendimento compensará o impacto, transformando Ponta Negra em complexo turístico.

A Secretaria estadual de Meio Ambiente confirma que foi procurada informalmente pelos responsáveis pelo empreendimento e que o subsecretário, Luiz Firmino, afirmou que não via, em princípio, "nada problemático" no projeto, embora ainda não tenha recebido os estudos.

Leandra Gonçalves, coordenadora de Clima e Energia do Greenpeace Brasil, afirma que o projeto precisa ser repensado e que a região é importante para quatro espécies diferentes de baleias: jubarte, orca, franca e bryde, da qual se conhece pouco.

- O Greenpeace não é contra portos, mas não é melhor fazer um planejamento e aproveitar melhor as estruturas já existentes? - indaga.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Bioética: inscrições abertas para curso a distância

ENSP, publicada em 06/01/2012

Com mais de mil vagas disponíveis, o curso de Bioética Aplicada às Pesquisas Envolvendo Seres Humanos, na modalidade a distância, dá início a sua primeira turma.Essa formação visa introduzir os participantes na área possibilitando o conhecimento do funcionamento do sistema de pesquisa científica e sua regulamentação (regulação, funcionamento e diferentes papéis), assim como o reconhecimento das questões éticas relevantes da prática da pesquisa científica. Confira aqui o edital

O curso, desenvolvido pela ENSP por uma demanda do Conselho Nacional de Saúde (CNS/MS) e com o apoio da Secretaria de Gestão Participativa do Ministério da Saúde, está sob a coordenação do pesquisador do Departamento de Ciências Sociais Sérgio Rego e da professora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (Iesc/UFRJ) Marisa Palácios, ambos coordenadores do Programa de Pós-Graduação em associação ampla em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva (PPGBIOS). As inscrições começam nesta sexta-feira (6/1). 

Esse aperfeiçoamento tem como foco a formação de profissionais comprometidos com o respeito aos direitos humanos e com o diálogo e é voltado para a disseminação da regulamentação nacional e internacional sobre ética em pesquisa. O curso pretende contribuir para que os participantes desenvolvam habilidades e competências a fim de analisar a eticidade desse tipo de pesquisa científica e, também, tomar decisões com base nessas análises. 

Ele tem um total de mil e duzentas vagas, sendo novecentas titulares e mais trezentas suplentes, divididas entre as cinco regiões brasileiras. Essas vagas serão distribuídas proporcionalmente ao número de CEPs de cada região. Em cada região serão selecionados prioritariamente os CEPs que tenham o maior volume de protocolos avaliados no ano de 2010. 

O público-alvo do curso são profissionais de nível médio ou superior e essa formação é voltada especificamente para membros dos Comitês de Ética em Pesquisa (CEPs) reconhecidos pelo Conep. Para se candidatar é preciso ser formalmente indicado pelo CEP ao qual é vinculado e ter, pelo menos, mais um ano de mandato no conselho após a conclusão do curso. 
Os profissionais aprovados serão formados para atuar nos quase 600 CEPs espalhados pelo Brasil. O curso terá a duração de cinco meses e está estruturado para ser desenvolvido na modalidade a distância. Suas atividades estão distribuídas em quatro módulos, com carga horária total de 180 horas. 

As inscrições começam nesta sexta-feira (6/1) e vão até o dia 7 de março de 2011. O edital será disponibilizado em www.ead.fiocruz.br/editais. Para mais informações, entre em contato com a comissão organizadora pelo endereço eletrônico: pseletivo@ead.fiocruz.br

Acesse o edital na íntegra do curso de Bioética Aplicada às Pesquisas Envolvendo Seres Humanos.

http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/materia/?origem=1&matid=28906

Agenda 21 Local é tema de estudo do Ministério do Meio Ambiente

Objetivo é incentivar adoção da metodologia nos municípios

Desde 2003, o Ministério do Meio Ambiente, com o apoio da Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e Agenda 21 Brasileira (CPDS), definiu como prioridade o incentivo e apoio à adoção deAgendas 21 Locais. O objetivo é elevar o padrão de sustentabilidade em territórios como municípios, consórcios de municípios, entorno de Unidades de Conservação e bacias hidrográficas. Para monitorar o programa e atualizar seus resultados práticos foi feita uma pesquisa que está disponível na publicação “Agenda 21 Local: resultados selecionados”.

O resultado do estudo mostra o fortalecimento do Sistema Municipal de Meio Ambiente, de organizações sociais, ações produtivas sustentáveis, entre outras. Além disso, experiências e práticas bem sucedidas de alguns processos favoreceram uma articulação com outras políticas públicas e um alinhamento de instrumentos de gestão urbana.


A pesquisa “Agenda 21 Local: resultados selecionados” está disponível na área de publicações do site Agenda 21 Comperj. Faça o download.

http://www.agenda21comperj.com.br/noticias/agenda-21-local-e-tema-de-estudo-do-ministerio-do-meio-ambiente

ONU convida sociedade a se declarar defensora dos direitos humanos

ENSP, publicada em 10/01/2012

A sociedade brasileira está sendo convidada pelas Nações Unidas para defender os direitos humanos, seja qual for a profissão ou organização em que trabalhe. Com celulares, câmeras ou webcams, pessoas podem gravar vídeos para promover, proteger e defender os direitos humanos e, depois, divulgá-los no Youtube, Facebook ou Twitter.

Essas ações fazem parte da nova campanha Declare-se Defensor/a dos Direitos Humanos, do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).

Para expressar suas mensagens, os interessados devem começar indicando seu nome, seu país ou organismo e depois se declarar Defensor dos Direitos Humanos. Exemplo: "Sou (nome), de (país) e/ou (organização), e eu me declaro Defensor(a) dos Direitos Humanos."

Os vídeos podem ser postados nas páginas das redes sociais do ACNUDH (Facebook e Twitter) e/ou nos perfis pessoais. No Twitter, use a hashtag #EuMeDeclaro ou qualquer outra palavra relacionada para divulgar o seu vídeo (#direitoshumanos, #defensor, #defensora, #DH, #ddhh). O objetivo é atingir o máximo de usuários possíveis para divulgar e compartilhar a mensagem.



Fonte: ONUBr - Nações Unidas no Brasil

Curso Básico de Direito Ambiental _participe faça sua inscrição

O Ciclo das Águas

Saneamento são três fazes, e começou assim:
Em primeiro: as pessoas estava morrendo por doenças veiculadas na água de beber dos poços contaminada pelas fossas.
Optamos pela rede de água que salvou muitas vidas, porém, a rede de água fornecia muito mais água que os poços, então, as fossas passaram a transbordar e transmitir doenças, além de escorrer por gravidade até o córrego mais próximo poluindo-o.
Em segundo: para salvar vidas novamente, fomos obrigados (no mundo todo é assim) a instalar redes de afastamento de esgoto que leva pelo subsolo o esgoto de dentro da casa da pessoa até aonde já ia, ou seja, no córrego mais próximo.
Em Terceiro: última fase é a de transportar o esgoto das redes de afastamento, via redes denominadas Coletores Tronco e Interceptores, até às ETEs (Estações de Tratamento de Esgoto). 70% do esgoto coletado em S.Paulo já é tratado. Falta 30% que em termos da cidade é muito, mas também tem cidades acima de S.Paulo que não tratam nada e lançam in natura no rio Tietê.
É um longo caminho com um data para terminar: 2024.

Reginaldo Prado
Programa Participação Comunitária MNUM-Pirituba-
Tecnólogo Hidráulica - FATEC-SP

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Rio+20 deverá admitir fracasso histórico

Fonte: Por Jamil Chade / Genebra



Enquanto governos e autoridades tentam convencer o mundo de que a reunião no Brasil em 2012 sobre o clima (Rio+20) terá um papel fundamental para encontrar uma solução para os problemas do planeta, o economista Jeffrey Sachs abandona a diplomacia e faz uma dura constatação: o encontro no Rio de Janeiro deve servir para admitir duas décadas de fracassos no campo ambiental e deve ser a oportunidade para o mundo reconhecer que não tem uma resposta para a crise.

O alerta do professor da Universidade Columbia, considerado pela revista Time Magazine uma das pessoas mais influentes do mundo, foi feito durante um debate da ONU com um grupo restrito de negociadores, ONGs e diplomatas.

O que esperar de Rio+20. 'A conferência deve deixar claro que perdemos 20 anos na agenda climática mundial. Hoje, as emissões de gases de efeito estufa são maiores, há uma aceleração da perda da biodiversidade e da desertificação. A reunião, portanto, não será para marcar um sucesso, mas reconhecer um fracasso histórico', disse o acadêmico.

'Todos queremos que essas cúpulas terminem em um grande sucesso, com progressos e com governos dizendo que fizemos a agenda avançar. Todos querem tirar a foto de família entre os líderes. Mas não querem enfrentar a realidade', disse. 'Gostamos mais das ilusões. Mas chegou o momento de falar a verdade. Temos de entender que o processo negociador fracassou, que não há uma agenda.'

Sachs faz uma comparação com a Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio. 'Há onze anos líderes ficam dizendo que a Rodada Doha precisa ser concluída. Mas temos de chamar as coisas da forma que são. Doha morreu.'

Papel de Obama. Sachs não disfarça sua frustração total com a política ambiental de Barack Obama. 'Os Estados Unidos entraram em colapso como líder mundial e se transformaram em um obstáculo para qualquer acordo na área ambiental.'

O motivo, para ele, é o lobby da indústria de energia nos Estados Unidos. 'Essa é a maior crise de governança do mundo. O lobby da indústria venceu Obama. As empresas de petróleo financiam os políticos republicanos no Congresso. Os democratas são financiados pelo lobby do carvão. Em 20 anos, os Estados Unidos não fizeram nada na agenda climática e os interesses das empresas acabaram dominando.'

'O lobby que custa por ano US$ 50 bilhões financiou estudos fraudulentos, versões anticientíficas e de extrema-direita no Congresso americano. Hoje, temos um sistema corrupto e o Congresso está nas mãos dos maiores poluidores do mundo.'

Por isso, na avaliação de Sachs, Washington vai barrar qualquer acordo que preveja mecanismos para o financiamento do combate ao clima. 'Não há condições de pedir que os Estados Unidos liderem o processo de negociação.'

Europa em crise. O problema, segundo ele, é que a ausência dos Estados Unidos como líder não deu lugar a um outro grupo de países. A Europa, em crise, tenta resgatar sua economia primeiro. 'Já a China não vai assumir esse papel, já que estima que são os americanos, com um PIB per capta bem superior a de um chinês, quem deve fazer os maiores esforços. Não há ninguém preenchendo o vácuo. Não existem mais líderes globais.'

Economia verde. Sachs estima que o mundo precisa insistir em ampliar o debate técnico sobre a questão climática, e deixar nesse momento as barganhas políticas de lado. 'Precisamos de novas tecnologias e para muitos casos ainda não temos respostas.'

Sachs aponta que a expansão do etanol de milho 'não faz qualquer sentido' e que outras tecnologias renováveis ainda não são economicamente viáveis. Ele defende que debate nuclear precisa se tornar mais estruturado.

Outro problema é a questão do financiamento da transição para uma economia verde. 'Em 2009, os países ricos prometeram que destinariam US$ 100 bilhões para lutar contra as mudanças climáticas. Até hoje, nenhum um só centavo foi depositado e duvido que veremos esse dinheiro no curto prazo. Isso foi só um show para chamar a atenção do mundo e mostrar que algo estava sendo feito', apontou.

'Temos de entender e falar a verdade sobre o tamanho do desafio que o planeta enfrenta. O maior perigo é acharmos que existem respostas fáceis. Não, elas não existem', defendeu. 'Hoje, as emissões de CO2 são duas vezes maiores que o ideal. Até 2050, se nada for feito, vão se multiplicar por quatro. Isso exigirá reconfigurar todo o sistema energético do planeta.'

-- "Todo mundo pensando em deixar um planeta melhor para nossos filhos, quando é que vão pensar em deixar filhos melhores para o nosso planeta". Herbert Viana